segunda-feira, dezembro 15, 2008

Petrobras reduz a publicidade e assusta mercado

A reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que acontecerá na próxima sexta, dia 19, é aguardada com certa apreensão pelo mercado publicitário. A Petrobras já afirmou que pretende reduzir os gastos em propaganda no próximo ano. O mercado publicitário espera corte próximo de 30% e a companhia petrolífera já cogitou abandonar o patrocínio à Fórmula 1.



Se isso acontecer, a estatal será a primeira grande anunciante que assumirá cortes na área e poderá ser um indicador sobre como se comportará o setor no próximo ano.O percentual da redução deve ser decidido na reunião do conselho.


O mercado publicitário, no entanto, estima que o corte gire em torno de 30% em relação ao investido neste ano, quando a empresa gastou cerca de R$ 280 milhões.O simples anúncio do provável corte já movimentou as agências que prestam serviços à petroleira.


Há duas semanas, a Quê Comunicação demitiu 11 profissionais das áreas de atendimento, criação e mídia.Por meio de comunicado, a agência informou que os cortes foram causados em razão da perspectiva de retração dos clientes para o ano de 2009. A Quê Comunicação, do Rio de Janeiro, atende a área de esportes a motor patrocinados pela Petrobras, além de prestar serviços à BR Distribuidora.


A Petrobras já admitiu que cogita sair da F-1, depois que a Honda, sua parceira no próximo ano, anunciou que desistiu do Mundial da categoria.A agência F/Nazca, que faz os anúncios ligados às áreas internacional e cultural da Petrobras, diz desconhecer os cortes.


Já a paranaense Heads, que responde pelos anúncios regionais, abriu um escritório no Rio de Janeiro no início do ano para atender exclusivamente a estatal. A agência não respondeu a pedido de entrevista.Batizada de "Nova Era", a última campanha institucional da Petrobras foi lançada em agosto, com investimento de R$ 35 milhões.


Criada pelas três agências, falava principalmente da descoberta do pré-sal e foi veiculada em todo o país.Além dos investimentos em publicidade, a Petrobras já havia decidido cortar consultorias, patrocínios e viagens. A estatal tem sofrido com a restrição no crédito e a queda no preço do barril de petróleo.

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