segunda-feira, agosto 13, 2007

Ministério da Saúde busca 'consumo consciente'

O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira, 10, no Rio de Janeiro, a campanha nacional para o consumo consciente de bebida alcoólica, que visa abrir espaço para a reflexão e discussão a respeito do consumo de bebidas alcoólicas e criar uma atitude mais consciente da sociedade em relação ao consumo.

“Bebidas alcoólicas. Conheça os riscos. Seja responsável” é mote da campanha, produzida pela Master Comunicação, que objetiva apresentar para a sociedade o quadro real da situação do consumo de bebidas alcoólicas e suas conseqüências relacionadas principalmente ao trânsito, juventude e violência.

A ação inclui um filme de 30 segundos e dois de 15 segundos que serão veiculados a partir do dia 11 de agosto nas emissoras Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Cultura, Rede TV, JBTV, TV Gazeta, Rede Vida, TV Mulher, TVE e MTV e nos canais de TV fechados TNT, Sportv, Universal, GloboNews, Terra Viva e Canal Rural. A campanha tem criação de Marcelo Romko e Claudio Freire e direção de Claudio Freire e Luciano Toaldo.



Ao lançar a campanha o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que o objetivo não é acabar com o consumo de álcool. "Existem estudos que mostram até que o consumo de vinho, em quantidades moderadas, é benéfico à saúde", disse ele. Temporão explicou que a política é de redução de danos. "Ninguém está propondo proibir nada, nem há nenhum viés moralista nessa campanha. É simplesmente chamar atenção da sociedade sobre o risco envolvido no consumo precoce e abusivo.”

O ministro ainda apresentou dados mostrando que o uso prejudicial do álcool é um problema de saúde pública no país. De acordo com esses dados, mais da metade das 35 mil mortes por acidentes de trânsito registradas no país em 2005 tiveram causas ligadas ao abuso de bebida e à embriaguez. Segundo Temporão, o governo gasta com a internação de cada vítima de acidentes em média até R$ 56 mil. Um estudo do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicadas (Ipea) estima que os custos diretos e indiretos com os acidentes de trânsito no país consomem até R$ 20 milhões por ano.

Sobre o uso precoce do álcool, informações do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) indicam que, entre 2001 e 2005, cresceu em 12,4% o número de adolescentes na faixa de 12 a 17 anos que já experimentaram ou consomem bebidas alcoólicas.

Um levantamento da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) também revela que cerca de 30% das crianças entrevistadas, com idade entre 10 e 12 anos, têm hábito de consumir bebidas alcoólicas em festas. Outros estudos também mostram uma “relação direta do álcool com todo tipo de violência como a agressão interpessoal, agressão contra a mulher e outros acidentes”, alertou o ministro.

Temporão informou que a campanha publicitária lançada hoje também será ampliada para outras mídias, entre elas, as rádios, inclusive comunitárias. Segundo ele, o trabalho de conscientização será feito de maneira “transversal”, envolvendo parcerias com os ministérios da Educação, da Cultura e do Esporte.

O que é a Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas?

A política foi sancionada por decreto presidencial em maio desse ano e traz um conjunto de medidas interministeriais para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como às situações de violência associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira. As ações incluem:
• fortalecer a fiscalização das medidas previstas em lei que visam coibir a associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir;
• fiscalizar a venda para menores de 18 anos e incentivar outras iniciativas visando reduzir o consumo nas faixas mais jovens;
• ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, como os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPsAD) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
• estimular e fomentar ações que restrinjam os pontos de venda e consumo de bebidas alcoólicas, observando os contextos de maior vulnerabilidade às situações de violência e danos sociais;
• privilegiar as iniciativas de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas nos ambientes de trabalho;
• incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ao consumo de álcool, como os jovens.
• fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos danos sociais e à saúde decorrentes do consumo de álcool e a interação das instituições de ensino e pesquisa com serviços sociais, de saúde, e de segurança pública.

As informações são da Agência Brasil.

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