quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Francamente!!!!!!!


As capas dos jornais de três grandes conglomerados de comunicação do Brasil, que publicam jornais em São Paulo, revelam em dois deles - grupos Folha e Estado - a proteção ao governo de José Serra.

Como se pode ver acima, apenas o jornal Diário de S. Paulo, das Organizações Globo, publicou a paralisação das obras da linha 4 (amarela) do Metrô de São Paulo na manchete. Na Folha, o assunto ficou abaixo da dobra da primeira página, portanto sem visibilidade para quem olha o jornal dobrado nas bancas. O Estadão disfarçou um pouco a proteção a Serra e deu no alto, mas escondeu a notícia dentro do caderno Metrópoles, mesma opção feita pela Folha, que publicou a história em uma página interna e par do caderno cotidiano.

As obras da linha amarela do Metrô paulistano são as mais caras em andamento no Brasil. Um desabamento no início do ano já matou 7 pessoas e deixou uma cratera no coração do bairro de Pinheiros. Assim, custa a crer que a paralisação dos trabalhos não mereça da imprensa de São Paulo nem sequer a capa de seus cadernos locais.

No caso da Folha, em que a proteção ao tucano é mais evidente, o jornal não apenas deu o menor destaque para a paralisação das obras em sua primeira página como também publicou uma pequena reportagem em que "especialistas garantem" que os problemas de soldagem encontrados em uma das estações não oferece riscos de desabamentos, contrariando o laudo divulgado anteontem pelo Jornal Nacional da TV Globo.

Alguém precisa avisar ao pessoal do Estadão e da Folha que o problema do Metrô é na verdade uma herança que Serra recebeu de seu antecessor e correligionário Geraldo Alckmin (fogo no ninho tucano). A lambança foi feita na gestão anterior e nada tem a ver com Serra. É claro que não é bom para os tucanos reconhecer erros passados, mas no caso específico de Serra os erros na construção Metrô podem significar uma pá de cal nas pretensões de Alckmin em disputar a prefeitura de São Paulo em 2008 ou a presidência da República em 2010. Em suma, parece que os jornalões paulistas estão sendo mais realistas do que o Rei... (texto estraído do Blog Voto Lula)

Já em seu blog, José Dirceu denunciou um fato relevante no caso do Metrô de SP, que a imprensa descaradamente jogou debaixo do tapete:

Segundo o ex-ministro, uma nota do Painel da Folha (só para assinantes), intitulada "Blindagem", registrou que o Metrô de São Paulo contratou o escritório de Miguel Reale Júnior para defender seus diretores em ações criminais motivadas pelo acidente nas obras da linha 4. A empresa do governo alegou "inexigibilidade de licitação" para escolher o advogado, que foi ministro de FHC e tesoureiro da campanha presidencial de Geraldo Alckmin.

José Dirceu se diz curioso para saber como a nossa imprensa vai tratar essa informação:
- Imaginem o escândalo que fariam se coisa semelhante ocorresse no governo Lula? Contratar sem licitação um escritório de um ex-ministro e tesoureiro da campanha presidencial para defender uma empresa do governo. O mundo, certamente, cairia sobre as nossas cabeças. Com a palavra, o Ministério Público Estadual.

Diante desses fatos, me pergunto cadê a moralidade defendida pela imprensa??? Fico impressionado com a falta de ética de alguns jornais, que se apropriam do rótulo de defensores do interesse público (consolidado no pós-ditadura) para defender o interesse do grupos de comunicação a que pertence.

Depois, fica jornalista dizendo publicamente que a desinformação da sociedade brasileira é reflexo do descaso do governo com a democratização da comunicação, uma vez que investe pesadamente em publicidade e esquece de implementar políticas públicas que garantem o amplo acesso dos cidadãos à informação. Francamente!!!!!!!

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