quinta-feira, fevereiro 15, 2007

A utilidade pública da publicidade

Por PCosta

Nem o ¨espirito¨ mobilizador desencadeado pelas Diretas já, tão pouco a construção de uma agenda social demandada pela Constituição de 1988 conseguiram que governo, sociedade e agentes de comunicação iniciassem um profundo debate sobre a utilização da publicidade governamental como instrumento de defesa do interesse público.

Na Europa, por exemplo, esse debate começou no início da década de 70, pegando carona na efervescência das discussões que definiram o papel das instituições que compõem o Estado no fortalecimento da democracia.

Naquele época, atores e grupos civis, organizados e preocupados com o poder de penetração dos veículos, passaram a exigir que o governo, além de normatizar o mercado da comunicação, veiculasse informações de Estado com o intuito de fortalecer a cidadania, estimular a consciência política e principalmente, ampliar o diálogo entre poder público e sociedade.

No Brasil, contudo, um importante passo foi dado rumo ao questionamento sobre a utilidade da publicidade no atendimento do interesse do cidadão. A agência de propaganda NovaS/B, que se intitula ¨a primeira agência do Brasil com expertise em Comunicação de Interesse Público¨, lançou o movimento Diga Não a Obesidade Infantil - www.diganaoaobesidadeinfantil.com.br.



Com layout bem resolvido – foto grande, título em destaque e texto com alto teor informativo, a campanha vai direto ao ponto: levanta um problema de saúde pública, diz quais as consequências da obesidade infantil e pontua os caminhos para o cidadão combater a doença.



Sem dúvida, a iniciativa é importante para colocar em pauta o debate sobre o papel da comunicação na defsa do interesse público. Espero que não caia no esquecimento daqui alguns meses.

2 comentários:

Ricardo disse...

Mandou bem nessa.

Anônimo disse...

É isto mesmo, o governo tem que pensar em publicidade como forma de investimento, igual ao setor privado faz. Só que retorno do investimento para o governo é a redução dos gastos públicos.

A maioria da publicidade do governo é promoção de ações próprias. Deve ter este tipo de comunicação, mas deve ser a minoria.


Cristiano A. Cordeiro Alves.