quarta-feira, outubro 10, 2007

Cresce o número de cidades com veículos e internet

Texto de Michelle Prazeres, publicado no site Observatório do Direito à Comunicação - www.direitoacomunicacao.org.br

Pesquisa do IBGE revela que há mais cidades com rádios comunitárias do que AM e FM e aponta para uma tendência de crescimento de jornais e revistas locais. Provedores de internet aumentaram 178%.

O Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Munic 2006, divulgado no último dia 17 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz novos descritores da comunicação e do acesso à informação no país e revela um dado inédito: em 48,6% dos municípios brasileiros existem rádios comunitárias, número pela primeira vez maior que o de emissoras comerciais FM (34,3%) e o de rádios AM (21,2%).

A princípio surpreendente, o número perde em impacto, quando relativizado. É importante ressaltar que ele diz respeito à quantidade de emissoras de cada localidade. Na realidade, é preciso considerar as desigualdades populacionais e o alcance que as transmissões têm, para chegar ao número de municípios atingidos (ou beneficiados) por determinada emissora AM, FM ou comunitária. As comunitárias, em geral, sofrem uma série de limitações em termos de potência e alcance na transmissão. Atingem um número muito menor de ouvintes, por exemplo, do que emissoras FM ou AM.

Quando o assunto é televisão, o cenário mostra um desequilíbrio mais real: a TV aberta está presente em 95,2% dos municípios brasileiros, enquanto as TVs comunitárias estão apenas em 2,3% deles. A TV a cabo, que, em 1999 estava presente em 6,7% dos municípios, deixou de ser medida pelo levantamento em 2001.

Realizado com as prefeituras do 5.564 municípios brasileiros, o estudo, pela primeira vez, mediu a presença de jornais diários nos municípios. Eles estão hoje em 36,8% deles. Já as revistas impressas locais estão em 7,7% das cidades.

Os provedores de internet deram um salto enorme: em 1999, chegavam a 16,4% dos municípios brasileiros. Em 2006, se encontram em 45,6% deles. O crescimento da abrangência de provedores foi o maior verificado pela pesquisa: 178%.

Os números apontam para um cenário de transformação no campo do acesso à informação e à cultura, com mais pessoas acessando computadores e a internet, mídias digitais e audiovisuais. Ao todo, o estudo mostra que, em 1999, os treze equipamentos e meios de comunicação investigados estavam presentes em 4,0% dos municípios . Em 2001 estavam em 4,5% e, em 2006, em 5,1%.


Acesso à cultura

A última edição da Munic revelou também que em 57,9% dos municípios há uma política para o setor cultural e que a Região Nordeste é a que mais investe neste campo. No Brasil, cresceu o número de cidades com museus (41,3%), teatros ou salas de espetáculos (54,7%) e bibliotecas públicas (16,8%) – sem falar no de cidades onde há lojas de discos e DVDs (59,8%) e de videolocadoras (82% das cidades). Houve, no entanto, uma redução de 15,5% no número de cidades com livrarias no mesmo período.

A pesquisa traz também informações de cada município sobre o órgão local gestor de cultura e infra-estrutura, recursos humanos, instrumentos de gestão, legislação, conselhos e fundo municipal, recursos financeiros, ações, projetos e atividades culturais e artísticas desenvolvidas.


PNAD: acesso a PCs cresceu, mas internet ainda é para poucos

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2006, divulgada na última sexta-feira, dia 14/09, pelo mesmo IBGE, revelou que houve um crescimento significativo em relação ao acesso a computadores, principalmente nas regiões mais desfavorecidas economicamente.

O levantamento verificou que o percentual de PCs nos domicílios brasileiros subiu de 12,3%, em 2001, para 22,4% em 2006 e o crescimento aconteceu fora do eixo Sul/Sudeste: no Norte urbano (de 6,7% para 12,4%), no Nordeste (de 5,2% para 9,7%), no Sul (de 13,9% para 27,9%) e no Centro-Oeste (de 10,6% para 20,4%), os percentuais praticamente dobraram.

Em compensação, a desigualdade regional se manteve no acesso à Internet. Em 2006, o percentual geral é de 16,9% de domicílios cobertos, sendo que no Sudeste o índice é de 29,2%. No Norte e Nordeste, de 9,8% e 9,7% respectivamente.

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