Texto de Marcelo Gripa, extraido do site Adnews - www.adnews.com.br
A intenção de regulamentar a atividade profissional de Marketing vem gerando oposições por parte do mercado publicitário. O Projeto de Lei - 1226, encabeçado pelo deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), voltou a tramitar no Congresso e depende agora de um parecer do relator, deputado Filipe Pereira (PSC-RJ). A proposta recupera o antigo PL - 6293, levantado pelo então deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), cuja idéia é de tornar obrigatória a formação acadêmica para atuação no ramo, a não ser que o profissional atue no setor há no mínimo cinco anos.
Desde que surgiu em 2005, o projeto causou discussões acaloradas em vista de temas polêmicos. A parte que incomoda a alguns profissionais de agências são artigos que incluem na nova regulamentação de Marketing funções específicas e natas do publicitário como criação e redação de textos voltados para campanhas.
Na opinião do publicitário da agência Liga Design, Rodolfo Nascimento, é preciso separar as especificidades de cada profissão, apesar da semelhança existente. "Os setores são complementares. O Marketing tem funções mais complexas como uma estratégia e plano para o cliente, mas precisa da agência para fazer a produção da ação a ser divulgada", comenta.
Um dos artigos inseridos na proposta estabelece que o profissional de Marketing "é todo aquele que desempenha atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas a criar e redigir textos publicitários, roteirizar spots e comerciais de TV, dirigir peças para rádio e TV, planejar investimentos e inserções de campanhas publicitárias na mídia, atender clientes anunciantes, produzir arte gráfica em publicidade e propaganda, gerenciar contas de clientes e administrar agências de publicidade".
"Sou contra"
"Um diploma universitário não é parâmetro nenhum para analisar a qualidade do profissional". Esse é o pensamento do presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto, ABEMD, Efraim Kapulski. Ele defende a auto-regulamentação de cada setor da comunicação, ao invés de mandamentos federais. "O que ganhamos com isso? O mercado é maduro e sábio o suficiente para dizer quem é capacitado ou não", complementa.
Kapulski se mostra favorável à multiplicidade de funções no ramo da comunicação. Ele mesmo já atuou em várias áreas e cargos no setor. Cita também profissionais como Arnaldo Jabor, da TV Globo, o Nizan Guanaes ou Nelson Motta, do jornal Folha de S.Paulo, que apesar de não terem formação acadêmica na área, não perdem condição de referência.
O deputado federal e também publicitário, Dalton Silvano, concorda com o teor "vago" da proposta apresentada por Eduardo Gomes e diz que não define o profissional de Marketing em sua essência. "O talento será sempre o maior referencial dos bons profissionais do setor de comunicação. Esse ensino só dá subsídios para a formação profissional", afirma.
segunda-feira, outubro 08, 2007
Proposta de deputado causa polêmica no mercado publicitário
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Matéria sobre o mercado publicitário
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