quinta-feira, novembro 29, 2007

Jovens são tema de campanha para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids


Este ano, os jovens de 13 a 24 anos são o tema da campanha do Ministério da Saúde para o Dia Mundial de Luta contra a Aids, lançada anteontem aqui em Brasília, pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Com o slogan "Sua atitude tem muita força na luta contra a Aids", a campanha pretende afirmar os direitos do jovem de viver sua sexualidade e de ter acesso ao preservativo e a informação. O foco são as mulheres e os homossexuais dessa faixa etária. A protagonista da campanha é a cantora Negra Li. Ela está em 102 mil cartazes, canta um rap no spot de rádio e aparece nos dois filmes que serão exibidos de 27 de novembro a 5 de dezembro.

Os dois filmes da campanha têm 30 segundos de duração, cada. Em um deles, a mãe orienta a filha a usar preservativo com o namorado e a moça diz que a mãe também precisa se cuidar. No outro filme, a mãe tira uma camisinha da bolsa e entrega ao filho antes dele sair de casa e o pai lembra o garoto de que o namorado dele pode não ter o preservativo. Nas duas peças, Negra Li encerra dizendo o slogan da campanha. Para as rádios, foi elaborado um spot de 45 segundos, no qual Negra Li canta um rap lembrando na necessidade de usar preservativo.

Os 102 mil cartazes estão divididos em três tipos de mensagens para jovens: os que têm HIV e aids, as mulheres e os homossexuais – que depois de cinco anos voltam a ter uma campanha específica de prevenção da aids. Para cada tipo de cartaz, foram feitas 34 mil unidades. O material gráfico não será datado, para poder ser usado em outras oportunidades.


Pela primeira vez, será lançado um site específico para a campanha do Dia Mundial. O endereço www.qualsuaatitude.com.br terá informações sobre a história do Dia Mundial e um jogo com perguntas e respostas sobre doenças sexualmente transmissíveis e aids, conduzido por Negra Li. Quem erra a resposta, pode tirar as dúvidas em vídeos com o Doutor Pinto, quadro que tem como responsável o médico Valdir Pinto, do Programa Nacional de DST e Aids.

No site, o internauta também pode criar um boneco virtual, que participará de mobilização de combate à aids em páginas voltadas para o público homossexual e sites de notícias, de relacionamentos e de comunicação instantânea. A página, que ficará acessível por seis meses, também será alimentada por dois jovens multiplicadores do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas: Ivens Reyner, 17 anos, de Lavras (MG), e Karina Xavier, 25 anos, de Abreu e Lima (PE).

No site do Programa Nacional de DST e Aids (PN-DST/AIDS), haverá uma página específica – www.aids.gov.br/diamundial – para notícias relacionadas aos eventos do Dia Mundial promovidos por estados, municípios e organizações da sociedade civil. Essas ações incluem a divulgação de campanhas locais e a promoção do uso do preservativo. Para as ações do Dia Mundial, o Ministério da Saúde enviou 8 milhões de unidades preservativos para estados, municípios e ONG parceiras.

Como acontece desde 2005, o tema escolhido para o Dia Mundial tem continuidade nas ações do ano seguinte. Assim, a campanha do Ministério da Saúde para o Carnaval de 2008 voltará a enfocar o público jovem. O tema da campanha deste ano foi aprovado pelo Grupo de Trabalho de Comunicação do PN-DST/AIDS, uma instância consultiva e não deliberativa formada por oito pessoas, entre gestores e representantes de ONG e do movimento de pessoas que vivem com HIV e aids.

Para acessar os materiais da campanha (vídeos, cartazes e spot) e a quantidade de cartazes enviadas para estados e instituições parceiras, entre no endereço www.aids.gov.br, clique em “DST e aids na mídia” e, depois, em “Campanhas”.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Governo Lula reduz em 24% gastos publicitários em 2007

Texto de ANDRÉA MICHAEL e ANGELA PINHO - DA SUCURSAL DA FOLHA DE S.PAULO EM BRASÍLIA

O governo federal reduziu em 24% os gastos com publicidade em 2007, em relação ao ano passado. Até o final de dezembro, segundo estimativa da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), serão investidos R$ 966,32 milhões, contra R$ 1,27 bilhão desembolsados em 2006 - ano da reeleição.

Desde o início da gestão petista, em 2003, este é o primeiro ano em que se registra queda nos gastos com publicidade do governo federal -item que vinha em trajetória ascendente.

Os valores dos contratos renovados ou licitados em 2007, contudo, registraram aumento - embora o governo diga que eles não serão realizados integralmente neste ano.

Para um período de 12 meses de prestação de serviços -entre 2007 e 2008- houve autorização para gastar R$ 1,36 bilhão em campanhas publicitárias, conforme consulta feita pela Folha a 78 órgãos da administração pública federal direta e indireta.

Para serviços de assessoria de imprensa, comunicação e relações públicas, as repartições pesquisadas informaram que estão autorizadas a gastar outros R$ 21,4 milhões até 2008. Se forem incluídos na conta os gastos com patrocínios oficiais e com a publicidade legal (divulgação de balanços e editais), a conta aumenta para R$ 1,65 bilhão, mas o número não é comparável com a série histórica da Secom.

Para financiar atletas, projetos de ONGs, programas e eventos culturais, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Correios e Petrobras investem, juntas, R$ 583,75 milhões em 2007. Em relação à publicidade legal, a Radiobrás informou que, até o dia 23 de novembro, a despesa ficou em R$ 100,23 milhões.

A principal explicação para a redução dos gastos de campanhas publicitárias foi a determinação, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, de um corte de 10% neste tipo de despesa, segundo José Otaviano Pereira, secretário de Comunicação Integrada da Secom.

Também causou impacto no resultado o fato da estatal Correios não ter investido nada em publicidade ao longo de 2007. A disposição da empresa é firmar um contrato de R$ 90 milhões. O edital foi publicado em fevereiro deste ano, mas o processo licitatório acabou suspenso pelo 1º Tribunal Regional Federal após reclamações de agências que entraram na concorrência.

Banco do Brasil
Some-se a isso o emagrecimento da conta publicitária do Banco do Brasil, que passou de R$ 275 milhões gastos em 2006 para R$ 179,86 milhões para este ano investidos até setembro.

A maior verba publicitária da administração direta é a da Secom, que vai despender R$ 150 milhões em campanhas de interesse institucional. A abertura das propostas para a renovação do contrato em curso, de mesmo valor, está marcada para o dia 17 de dezembro.

Ao longo de 2007, a campanha mais expressiva da Secom foi a "Mais Brasil para mais brasileiros". A um custo de R$ 38 milhões, seu alvo foi ampliar o conhecimento da sociedade sobre os programas e as políticas públicas do governo.

Depois da Secom, o ministério com maior orçamento para a publicidade é o da Saúde - R$ 95 milhões. A maior campanha realidade neste ano foi sobre a dengue, com investimento de R$ 8 milhões. Em segundo lugar vem o Ministério do Turismo, com autorização para gastar R$ 40 milhões. Terceiro colocado, o Ministério da Educação abriu licitação para firmar um contrato de R$ 18 milhões para 12 meses. É mais que o dobro do que foi gasto neste ano - R$ 8,8 milhões.

Na administração indireta, a vencedora no quesito maior contrato e maior investimento em patrocínio é a Petrobras.
A estatal abriu neste ano licitação para a contratação de três agências, no valor de R$ 250 milhões. O investimento em patrocínio ficou em R$ 348 milhões.

Fiscalização
A publicidade do governo federal foi alvo de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) após a CPI dos Correios. A análise apontou prejuízos de R$ 106 milhões aos cofres públicos. Também listou 19 irregularidades nos contratos, como pagamento de serviços não executados, contratação de serviços com propostas fraudulentas e despesas acima dos limites orçamentários. O processo está em fase de recurso.

domingo, novembro 25, 2007

Logomarca 3ª Conferência das Cidades



No período de 25 a 29 de novembro de 2007 será realizada a 3ª Conferência Nacional das Cidades com o Lema “Desenvolvimento urbano com participação popular e justiça social” e o Tema “Avançando na gestão democrática das cidades”. A preocupação central da 3ª Conferência é continuar com a construção da PNDU para o país, sem deixar de abordar temas centrais relacionados ao cotidiano da gestão do poder público nas três esferas de governo.

Nessa 3ª Conferência, o debate em torno do tema busca promover a reflexão acerca de como as políticas e investimentos nos três níveis de governo na área da política urbana estão contribuindo para reverter a lógica da desigualdade e da exclusão territorial, bem como para reverter a lógica de fragmentação e desarticulação das intervenções setoriais e inter-governamentais. Tal discussão chama a atenção, sobretudo, para a importância da integração das políticas setoriais e das ações governamentais na área de desenvolvimento urbano, para o enfrentamento dos problemas que acometem as cidades brasileiras.

Ao trazer a discussão para a ótica das realidades em âmbito local, a proposta também vislumbra a reflexão acerca da capacidade de gestão dos governos, ou seja, um debate sobre a capacidade de planejar o desenvolvimento das cidades e suas intervenções de forma integrada e com participação social. Este enfoque da participação social será aprofundado por meio do debate da construção do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano, entendido como o principal mecanismo para viabilizar a gestão democrática da PNDU.

sábado, novembro 10, 2007

Coleção Bons Hábitos, Boa Viagem.

Coleção desenvolvida pelo Ministério dos Transportes







quarta-feira, novembro 07, 2007

A indignação de Brasília

Texto de Fernando Brettas

Mensalão, corrupção, sanguessugas, vampiros, CPIs, caos aéreo, leite adulterado, propinas, lobistas bancando despesas de autoridades, toma-lá-dá-cá como espinha dorsal da relação Executivo-Legislativo, Conselho de Ética (sic), Justiça que concede liberdade a criminosos e colabora indiretamente para a impunidade, dengue, superfaturamento de obras, greves do serviço público, valerioduto...

Esses assuntos foram coletados ao longo de apenas uma semana de leitura de sites e também de jornais e revistas de circulação nacional. Em comum entre eles, o fato de todas as matérias trazerem a palavra “Brasília”.

Menos de 5% da população brasileira já visitou a capital federal. Ou seja, mais de 90% dos brasileiros só conhecem a Brasília retratada pelos meios de comunicação, que trazem diariamente notícias como as mencionadas acima, induzindo a opinião pública a formar uma imagem negativa da cidade. A julgar pelo noticiário, o brasileiro não tem nenhum motivo para se orgulhar da capital de seu país.

Poucos se dão conta de que Brasília não é a culpada pelas mazelas que nela se praticam. A cidade foi criada para abrigar o núcleo político-administrativo nacional, representando um conjunto do que é o Brasil, seus representantes, diferentes sotaques, manifestações culturais e de pensamento. Se esse núcleo apresenta imperfeições, em nada contribui para isso o local em que se situa. Tanto que quando esteve alojado no Rio de Janeiro ou na Bahia, seu desempenho foi eivado de ocorrências tão questionáveis e lamentáveis como as de hoje. Ou alguém é ingênuo a ponto de imaginar que a corrupção e outros desvios no serviço público começaram no país em abril de 1960, com a inauguração de Brasília?

Na verdade, “o conjunto do que é o Brasil”, aí incluído o elenco de parlamentares que os eleitores de todas as partes do país mandam para cá, é que desagrada aos brasileiros. Não a cidade de Brasília, que, em 47 anos, cresceu e se desenvolveu e é uma das melhores para se viver no Brasil. Uma cidade que reúne uma maioria de pessoas honestas, trabalhadoras e também indignadas ao verem manchada a imagem da sua terra, da “capital de todos os brasileiros”. Claro que ela tem seus defeitos, tem seus corruptos, mas isso todas as cidades os têm. Só que Brasília paga um preço mais alto por ser a capital federal.

A cidade carrega o estigma de dar guarida à roubalheira, às mazelas, às maracutaias, e os brasilienses – as gerações que aqui nasceram e os originários de outras regiões que constituíram família e desenvolveram suas carreiras profissionais neste pedaço do Brasil – acabam sendo co-responsabilizados pelos demais brasileiros.

É muito comum serem chamados de “marajás”, de “lobistas” (no mau sentido da palavra) ou serem questionados jocosamente sobre seu possível envolvimento em cada novo caso de corrupção revelado, além de ouvirem outros comentários desabonadores. São vítimas desse preconceito os padeiros, os jornalistas, os executivos, os pequenos empresários, enfim, um grande número de profissionais e cidadãos que, muitas vezes, não mantêm nenhuma relação direta ou indireta com o poder. Apenas vivem na cidade, ao contrário de muitos protagonistas de escândalos, que usam a capital como palco para suas negociatas, mas têm residência fixa em outros locais. Basta ver o exemplo de políticos mensaleiros, ora processados no Supremo Tribunal Federal, reeleitos com a benção dos mesmos brasileiros que atribuem a Brasília a raiz dos problemas nacionais.

Recuperar e valorizar a imagem do “conjunto do que é o Brasil” é o que os brasilienses pretendem com a mobilização da sociedade civil que será iniciada neste 7 de novembro, sem interferência de políticos ou entes governamentais. A campanha Brasília, meu amor é inspirada no movimento semelhante I love New York, que estabeleceu um marco na história daquela metrópole. Guarda algumas semelhanças com o projeto norte-americano, mas extrapola iniciativas como o Cansei e outros movimentos liderados pela população insatisfeita com esta ou aquela questão. Nossa campanha não se restringe a um período de duração, nem está orientada para a realização de protestos. Pelo contrário, quer trazer à tona discussões sobre o que é preciso fazer para a capital brasileira ser mais respeitada no contexto nacional.

Reside aí a grande força da campanha, que poderá gerar uma onda positiva para o Brasil. Ao mexer diretamente com conceitos que também vão despertar o patriotismo, queremos aflorar no brasileiro um sentimento mais intenso: que ele passe a enxergar com melhores olhos não apenas a capital, mas seu país como um todo. Por isso, os organizadores de Brasília, meu amor – entidades que representam setores produtivos – esperam contagiar outras cidades a fazerem o mesmo: promoverem manifestações, discutirem o futuro de suas regiões, identificarem o que está errado e proporem soluções, além de pressionarem os dirigentes públicos a tomarem atitudes que atendam aos anseios populares. Tanto é assim que a campanha terá sua fase inicial restrita a Brasília, mas, em seguida, ganhará espaço nas demais regiões. A indignação dos brasilienses pretende se transformar em motivo de orgulho de todos os brasileiros.

Fernando Brettas, 45 anos, é presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Distrito Federal (Sinapro/DF) e um dos coordenadores da campanha “Brasília, meu amor”.