A possibilidade de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir, ainda esse mês, a veiculação de comerciais sobre bebidas alcoólicas na televisão e no rádio entre 8h e 20h, deve diminuir o faturamento das agências, mas o mercado publicitário poderá ser incentivado a produzir campanhas de conscientização popular.
Esta é a opinião do representante das agências de publicidade do Distrito Federal, Fernando Brettas. Em entrevista ao programa Ver TV, transmitido pelos canais de televisão da Radiobrás no dia 26 de abril, Brettas comentou a regulamentação da propaganda de bebidas alcoólicas, que deve ser divulgada pela Anvisa.
O objetivo da medida, segundo o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, é prevenir o uso excessivo do álcool. Além da restrição do horário, o órgão estabelecerá normas para os rótulos e para os cartazes de divulgação das bebidas, como a exibição de frases de advertência.
Mesmo com a restrição e as novas normas, o publicitário Brettas acredita que o governo também deve se preocupar com a educação da população. “Tirar a publicidade da televisão não vai adiantar. As vendas e o consumo vão continuar aumentando com a divulgação em outros meios, como nos pontos de vendas, nas promoções e no patrocínio de eventos”, afirmou.
Além disso, Brettas defende que o governo puna as pessoas flagradas cometendo violência sob o efeito de drogas. “Quantas pessoas foram atropeladas por motoristas embriagados e estão soltas?”, questiona.
Para o psiquiatra coordenador do Movimento Propaganda Sem Bebida, Ronaldo Laranjeiras, a restrição da publicidade de bebidas no rádio e na televisão somente até 20h não é suficiente. Ele pede, senão a proibição, a ampliação da restrição até as 22hs.
De acordo com o médico, são sugestões da Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenir o alcoolismo, o fim da propaganda, o aumento do preço das bebidas e a proibição da venda para crianças e adolescentes.
Segundo Dirceu Mello, o 5º Levantamento Nacional sobre o uso de drogas da Secretária Nacional Antidrogas realizado com mais de 48 mil estudantes em 2004, mostrou que crianças começam a beber entre 10 e 12 anos “e o consumo tem começado cada vez mais cedo”.
O processo de regulação da propaganda, segundo Mello, será um processo educativo, “assim como foi a campanha de uso do cinto de segurança, pois, hoje as pessoas têm a consciência da importância do uso do dispositivo”.
Mello afirmou que, como o abuso do álcool está relacionado à violência, é função do Estado mostrar outro lado que a sedução da publicidade esconde: o dano à saúde e à sociedade.A restrição da publicidade integra as medidas da Política Nacional sobre o Álcool.
terça-feira, maio 08, 2007
Restrição da propaganda de bebidas alcoólicas pode afetar mercado publicitário, diz representante do setor
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Matéria sobre comunicação de utilidade pública
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