Por PCosta
Há pouco mais de cinco meses, o Ministério Público de São Paulo veiculou uma campanha publicitária que, nas entrelinhas, aponta a negligência dos cidadãos no controle dos agentes públicos como comportamento facilitador da corrupção no Brasil.
Sem dúvida, o combate à corrupção é um trabalho diário e passa pela constante vigilância popular, já que os maiores interessados em cobrar o bom funcionamento das políticas públicas e punir os administradores que jogam contra o interesse público somos nós, e não os membros das estruturas de controle dos poderes do Estado e os integrantes dos conselhos de ética. Esse é o quadro ideal.
Nos últimos 10 anos, porém, houve uma inversão na escala de preocupações dos brasileiros. Ao que tudo indica, a publicação de matérias sensacionalistas colocou os temas segurança, educação, saúde, desemprego e miséria à frente das questões políticas.
A repercussão dessas matérias constatemente alimenta um debate público paralelo, que renova sentimentos coletivos de medo, insegurança, descrédito dos serviços público e tira o foco dos escândalos políticos, transformando assim, o nepotismo, o desvio de dinheiro, o abuse de poder e o patrimonialismo em atitudes institucionalizadas.
Parabéns ao Ministério Público de São Paulo pelo caráter educativo da ação. Ao responsabilizar o cidadão pelo combate a corrupção, a campanha mobiliza-nos à buscar uma solucão para o problema, por meio da mudança de atitude e de comportamento. Além de nos lembrar que o processo democrático não termina após as eleições.
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